Hilarry. - São Francisco, 17 de Junho.
– Hilarry, o café já esta na mesa, você vai se atrasar para o colégio. – Ouvi minha mãe gritar, enquanto eu prendia meu cabelo. –
Aquele não era meu melhor dia. Na noite anterior havia brigado com o Chuck – meu namorado –, e sabia que hoje eu teria de escolher como minha vida deveria ser. Viveria aquela famosa depressão de pós namoro. Mas sabia que logo isso passaria... Ou não! Mas eu sabia que se continuasse nisso, viveria em depressão. Depois de ser apunhalada pela garota que se dizia sua melhor amiga, descobrindo que, enquanto você chorava à morte do seu pai, sua "melhor amiga", fica com seu namorado. Era uma das piores coisas do mundo, e trazia consigo, um dos piores sentimentos. O ódio. Mas talvez eu devesse perdoá-los e esquecer o que passou, ou simplesmente ignorar e ser apontada como "CORNA", pelo resto da minha vida. Mas eu queria mais, eu queria poder deixar claro que tudo que eles fizeram contra mim, não me afetou, e que eu estava feliz por saber que a pessoa que se dizia sua melhor amiga, na verdade era sua pior inimiga – porque ela sim conseguiu levar ao pé da letra a famosa frase "Tenha os amigos por perto, e os inimigos mais perto ainda." –. E que seu namorado só esta com você por ser o jogador mais bonito do time de futebol da escola, e você a capitã das lideres de torcida, e ele se sentir o Príncipe Harry – se bem que eu me sentiria feliz em ter o Príncipe Harry como meu namorado –, quando na verdade eu me sentia a Chelsy Davy, terminando com o Príncipe Harry pelo Facebook. Mas, não terminaria com o Chuck pelo Facebook, porque não seria da maneira que ele merecia.
Durante o intervalo, pensei que aquele seria um ótimo momento para terminar com Chuck.
- Chuck, precisamos conversar. - Disse a ele enquanto me sentava ao seu lado.
- Nós estamos falando sobre o jogo de hoje Hilarry, pode ser depois?
- Não Chuck, tem que ser agora.
- Então depois nós conversamos ta doçura. - Concluía Chuck com um beijo no centro da minha testa.
– Chuck "doçura", acabou.
– Ah! Acabou o que Hilarry? – Disse Chuck com cara de assustado. –
– Tudo. Acabou.
– Do que você esta falando?
– De nós Chuck. Acabou.
– Hilarry. Amorzinho. Por quê? O que eu te fiz? – Chuck se levantou e me fitou por alguns segundos. –
– O que você fez? Pergunte a Danna, ela saberá te responder. Porque eu já não sei mais o que fazer, eu queria poder fugir, ir pra bem longe de tudo. Sair correndo desse navio naufragado. Eu estou apenas tentando ajudar, mas acabo machucando todos a minha volta. Machucando-me, te machucando. Mas vocês me machucaram – todos ficaram parados nós olhando –, e agora eu sinto o peso do mundo sobre meus ombros. O que você pode fazer, quando o seu melhor não é bom o suficiente, e tudo em que você toca, acaba desabando. Por mais que suas intenções comigo sejam boas, você continua fazendo confusão. Quero poder corrigi-las e me afastar de você. Mas quanto tempo vai demorar, para que eu possa entender direito, e que eu possa começar de novo, mesmo que eu esteja com minha fé abalada. Porque eu não posso dar meia volta, e deixar tudo de lado. Eu só tenho que ficar aqui, e encarar a vida, encarar os meus erros, encarar o erro de uma pessoa que simplesmente não me ama, e uma que não é minha amiga – olhei para Danna –, para que eu possa ficar mais forte e mais sabia, para que eu consiga superar tudo isso. Eu tento levantar meus punhos, e começar a dar socos no ar, eu simplesmente aceito a verdade, de que às vezes a não é justa. Só faço um desejo, uma única oração. Que tudo isso melhore. E que você mude. – Peguei minha bolsa, e sai andando pelo refeitório. –
Eu sabia que aquela seria a ultima vez em que eu viria a olhar para o Chuck. Eu estava pronta parar recomeçar.
"Quem ama não te faz sofrer. E pensar em si mesmo, não é egocentrismo."
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